Turismo

"Falta cabeça" ao turismo madeirense

"Falta cabeça" aos decisores políticos e todos quantos têm responsabilidades no Turismo madeirense. Essa é a convicção partilhada ao DIÁRIO por Jorge Vasconcellos e Sá, referência mundial da Gestão e assumido discípulo de Perter Drucker.O professor fica perplexo com a ausência de estratégia e de um plano que trace objectivos e apostas para o sector, por sinal, decisivo para a economia regional, reafirmando grande parte das considerações que deram corpo ao dossier apresentado nas nossas edições de terça-feira da duas últimas semanas."Como é que um destino tão lindo só tem 50% de ocupação?", questiona.Escolher segmentosVasconcellos e Sá esteve no 38.º Congresso da APAVT a defender a importância da estratégia para que Portugal possa crescer sem Keynes, sem investimentos públicos. E nesse capítulo "há muitos segmentos por onde escolher".Está convicto que "uma região para prosperar não precisa de estar em muitos segmentos". Aliás, julga que só deve estar naqueles que tem vantagem competitiva, que se obtém pela qualidade, e onde não tem concorrência". Ou seja, A Madeira só tem que saber em que segmentos deve apostar de modo a dar "dez a zero à concorrência", conclui.Para tal importa que opte pela inovação, quer juntando vários segmentos, quer apostando em nichos ou optando pelos clientes. Em mil milhões de turistas que há mundo há muitos por conquistar.Contudo, lembra Peter Drucker: "A não ser que os planos sejam implementados, não passam de boas intenções". Logo, como não há vitória na estratégia, já que esta tem que ser implementada com programas, pede que sejam detalhados e tenham controlo orçamental.O papel fundamental dos privados no programa de emergência para o turismo nacional também foi defendido, assim como o marketing inteligente e a preservação do meio ambiente.Sem estes argumentos, não haverá afirmação do sector. O Turismo em Portugal, que marcou passo na últimada década, tem pela frente um grande desafio. "O crescimento mundial entre 2010-2030 é de 3,3% e a estimativa para Portugal é de 1,8%, o que levará a uma perda de quota de mercado", alerta Vasconcellos e Sá.