Turismo

Crise obriga turismo a ter agentes criativos

Pedro Costa Ferreira recomenda à Madeira "transparência" no dossier dengue

Arranca amanhã em Coimbra o 38.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT). O principal fórum de debate turístico nacional vai reflectir tendências e prioridades para o sector, trabalhos que serão partilhados em 'turismo.dnoticias.pt'.

Ao DIÁRIO, o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, antecipa o que vai estar em debate e deixa uma palavra de incentivo ao destino Madeira.

O congresso quer pôr o sector a "potenciar recursos, romper bloqueios, ganhar mercado". Que importa fazer urgentemente para que tal aconteça?A resposta a esta questão tê-la-emos, assim o espero, no final do congresso. Em diversos domínios, que serão abordados nas diferentes sessões do congresso, o tema genérico estará sempre presente. Portugal tem, inegavelmente, excelentes recursos enquanto destino turístico, capazes recursos profissionais, empresas que têm mostrado estar à altura dos desafios, mas o desenvolvimento do Turismo num contexto económico particularmente difícil, e em ambiente de crescente concorrência, exige de facto o debate sobre o que todos, no sector, públicos e privados, temos de fazer para potenciar toda esta matéria-prima e transformá-la em resultados, não só para o dia de hoje como também, e sobretudo para o dia de amanhã.

Este momento de reflexão ocorre em tempo de austeridade. Quais os motivos de maior preocupação para o Turismo em Portugal? A austeridade tem impacto, sobretudo, na nossa actividade de 'outgoing' (férias dos portugueses), pelo que se impõe uma maior criatividade para a colocação no mercado de ofertas mais consentâneas com um perfil de procura que sabemos irá estar ainda mais deprimida. Por outro lado, impõe-se também a continuação do esforço de reestruturação que já tem vindo a ser implementado pela maioria das empresas, a procura de novas soluções, incluindo soluções de competição, ou cooperação em competição, por forma a minimizar o impacto desta crise.

Como se não bastasse a crise, há ainda outros factores a penalizar destinos e negócios. Por exemplo, o que pode a Madeira fazer para que a dengue não provoque mais estragos? Creio que a transparência e uma correcta informação junto dos consumidores e dos canais de distribuição é, acima de tudo, a primeira melhor atitude a adoptar. A existência de dengue, sendo naturalmente mais um desafio, não constitui por si só um impeditivo do turismo. A Madeira foi, é e seguramente continuará a ser um destino de excelência, com uma enorme qualidade e potencial e isso continuará a ser reconhecido. Depois, na medida do possível, há que tomar e comunicar medidas concretas no âmbito da prevenção.