Procura externa salvou ano turístico
O crescimento da procura externa "salvou" o turismo nacional em 2012, ano marcado por uma redução de 7,5% na procura interna e pela "desagradável surpresa" da quebra de 10% do mercado espanhol.
O presidente do Turismo de Portugal, Frederico Costa, que fez hoje o balanço de 2012, numa conferência promovida pela Associação da Hotelaria de Portugal e pela Vida Imobiliária, destacando que "o ano acaba com uma nota positiva", devendo apresentar um crescimento semelhante a 2011, graças à procura externa.
Frederico Costa disse que a procura internacional cresceu 5%, "acima de todas as expectativas", já que a Organização Mundial do Turismo previa um crescimento máximo na ordem dos 3% para a Europa.
"O setor do turismo conseguiu encontrar uma compensação pela perda de dois mercados fundamentais, o nacional e o espanhol", considerou Frederico Costa, destacando o crescimento de mercados como o alemão (cerca de 9%), o francês (13%), o brasileiro, o holandês ou o americano que também "cresceu fortemente".
"Vamos ter mais turistas estrangeiros do que alguma vez tivemos em Portugal", salientou, acrescentando que este acréscimo permitiu compensar a quebra muito expressiva do mercado ibérico, que representa 40% da procura de Portugal. Em 2012, houve menos 7,5% de turistas portugueses e menos 10% de espanhóis, o que se esperava em termos de procura interna, mas significou "uma surpresa muito desagradável" no caso de Espanha, que apresentava nos últimos anos uma taxa de crescimento de dois dígitos. Para alguns destinos mais dependentes da procura espanhola, como o Alentejo e o Centro de Portugal, esta descida representou "um desafio muito grande" para determinados negócios que foram muito penalizados, enfatizou o responsável do turismo. Frederico Costa alertou, por isso, para a necessidade de "diversificação de mercados", incentivando os operadores ao aproveitamento de fluxos provenientes de EUA, Brasil, Canadá ou Venezuela, para aliviar a dependência de 80% dos mercados europeus, que "pode ser muito arriscada".