As receitas anuais relacionadas com o turismo  devem ultrapassar os oito mil milhões de euros em 2013, disse hoje à agência  Lusa o director do departamento de promoção do Turismo de Portugal, António  Padeira.

"Temos expectativa de crescimento, apesar da conjuntura difícil em que  vivemos", sublinhou o responsável, assinalando a importância do sector para  o mercado de exportações.

"Dois terços do movimento turístico em Portugal advêm do mercado externo",  frisou António Padeira, explicando que a estratégia do turismo nacional  tem que passar pela captação de novos públicos, novos produtos turísticos  e em novos segmentos de mercado.

"A secretária de Estado do Turismo [Cristina Meireles], desloca-se este  mês à Índia para fazer um trabalho de divulgação e promoção de Portugal,  já que cerca de 20 milhões de indianos viajam para o estrangeiro e nós temos  que aproveitar", sustentou o dirigente do Turismo de Portugal.

"Este ano já estivemos três vezes na China, também, mas estamos ao mesmo  tempo a trabalhar os mercados tradicionais porque não podemos descurar nada  se quisermos dar a volta".

As declarações de António Padeira foram realizadas hoje, à margem do  "Workshop Internacional de Turismo Religioso", promovido pela Câmara de  Ourém e pela ACISO -- Associação Empresarial de Ourém-Fátima, com o apoio  do Turismo de Portugal, reunindo operadores turísticos nacionais, agentes  de viagens e hoteleiros, entre outros empresários do sector.

"O país quase nunca reconheceu a importância do turismo religioso",  disse à Lusa o presidente da Câmara de Ourém, à margem do evento.

O turismo religioso "pode ser um canal de atracção muito forte e dar  um contributo para o desenvolvimento turístico e das exportações, que é  uma coisa da qual Portugal precisa como do pão para a boca", exemplificou  Paulo Fonseca.

O autarca sublinhou o facto de, durante muitos anos, se ter "dormido  à sombra de produtos como Lisboa, Madeira, Algarve e Cascais", expressando  a convicção de que é através de mercados como Fátima "que se pode dar um  grande salto".

Afinal, reforçou, "Fátima está a apenas uma hora de Lisboa, já consegue  atrair cerca de cinco milhões de visitantes por ano e oferece 15 mil camas  a um preço médio inferior daquele que se pratica na capital do país".