Turismo

APAVT defende requisição civil na greve da TAP

A Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT) defendeu hoje a requisição civil na greve da TAP, marcada para 21 a 23 de Março, considerando que "o Governo tem que assumir as responsabilidades de um país depauperado".  O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, disse à Lusa que "os sindicatos e a administração da TAP têm que resolver o problema e a greve ser urgentemente desconvocada".

"Se não o fizerem, o Governo tem que assumir as responsabilidades de um país depauperado, fragilizado, com as empresas à beira da falência, e deve proceder à requisição civil, que já se fez no passado", defendeu Pedro Costa Ferreira.   Em declarações à Lusa, o presidente da APAVT defendeu que, se a requisição civil já se justificou no passado, "mais do que nunca se justificará agora", face à "situação dramática do país, nas empresas e dos trabalhadores".  Sem questionar a legitimidade dos interesses defendidos pelos oito sindicatos representativos dos trabalhadores da TAP, que, na passada segunda-feira, entregaram os pré-avisos de greve, Costa Ferreira destacou a "absoluta urgência na resolução deste litígio", realçando que "os efeitos da greve agora anunciada estão a verificar-se absolutamente catastróficos".   "Para além do efeito direto, que é a não entrada de turistas em Portugal que vai fragilizar os já fragilizados hotéis, restaurantes e todas as empresas que desenvolvem atividade no meio turístico; ao longo do ano, os turistas e os mercados emissores vão pensar duas vezes se devem reservar ou se a TAP e os seus sindicatos podem vir a marcar mais um agrave", acrescentou.O presidente da APAVT considerou que os efeitos indiretos serão ainda mais catastróficos, sublinhando que a greve tem que ser desconvocada já.

"Não vale programar uma greve e desconvocá-la na véspera sem que nada se tenha passado. O problema não está na sua realização, mas na sua convocação", defendeu, lembrando que o período da Páscoa é o primeiro pico de negócio das agências de viagem desde o início do ano.   Os sindicatos representativos dos trabalhadores da TAP decidiram avançar com três dias de greve, na semana antes da Páscoa, para contestar os cortes salariais, aplicados em fevereiro.

Depois de dois anos de exceção, os trabalhadores da companhia liderada por Fernando Pinto tiveram os cortes aplicados à generalidade da função pública e das empresas do setor empresarial do Estado, entre os 3,5% e os 10%, em salários brutos acima de 1.500 euros.