Turismo

Confederação do Turismo diz que Portugal está no limiar da segurança

O presidente da Confederação do Turismo Português (CTP), Francisco Calheiros, afirma já ter avisado a 'troika' de que Portugal está "no limiar da segurança" e que gerar mais instabilidade social pode pôr em causa o sector.

Em entrevista à Lusa, Francisco Calheiros salientou a importância de Portugal enquanto destino seguro e comparou esse estatuto à saúde de uma pessoa: só se lhe dá importância quando se sente falta dela.

"Todos temos vindo a alertar que estamos no limiar da segurança. (...) Amanhã, se tivermos uma revolta popular? O que é que está a acontecer na Grécia com o turismo? Está a descer a pique. Porquê? Pela instabilidade social", avisou o dirigente da confederação que é um dos parceiros sociais.

Para Francisco Calheiros, "um grupo de pessoas na Assembleia da República a cantar a 'Grândola Vila Morena' tem influência zero para o turismo", ter "no ISCTE 50 ou 100 alunos a insultar o ministro Miguel Relvas tem influência zero", mas ter 200 mil pessoas nas ruas já se poderá refletir na imprensa internacional e, consequentemente, levar a que turistas optem por evitar este destino.

A segurança "é uma coisa que não se pode perder", sublinha Francisco Calheiros, lembrando que esta "leva anos a conquistar", mas "perde-se num dia".

Portugal ser considerado um destino seguro "é uma das vantagens mais competitivas" que o país tem, explicou o presidente da CTP, que, ao mesmo tempo, elogia a atuação da Administração Interna em Portugal.

"Isto não pode partir, porque se parte o grande motor das exportações parte a seguir", sublinha o presidente da CTP, empossado para a confederação há nove meses e prestes a começar uma nova ronda de reuniões no âmbito da sétima avaliação da 'troika' (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional).

"Não posso ter movimentos que amanhã comecem a fazer... Nem quero dar ideias a ninguém. Estou-me a lembrar dos problemas que houve em França, de queimarem os carros. Não posso pensar nisso", acautelou ainda o empresário.