Turismo

Portos de Canárias lucram com navios de cruzeiro parados

Os portos de Canárias, nomeadamente das duas principais ilhas, Tenerife e Gran Canaria, continuaram ao longo dos últimos meses a lucrar com a pralisação da indústria dos cruzeiros, uma vez que têm sido portos de abrigo e de paragens técnicas de vários navios. Segundo uma notícia do jornal regional El Día desde meados de Março que cinco navios estão ao largo (e por vezes atracados) mas abrigados pela península de Anaga (ilha de Tenerife). além de quase 50 navios em escala, sobretudo entre Março e Maio, altura de maior afluência de navios em escala rumo a porto seguro após o cancelamento das operações.

Reproduzida pelo blog especilizado Cruise Harbour News, o artigo fala em cerca de um milhão de euros de receita apenas por dar abrigo as estes navios sem actividade, reforçando ainda que o porto de Las Palmas recebeu nos últimos quase seis meses mais de 30 navios de cruzeiro em escalas de reabastecimento ou de guarida. Aliás, por lá permanecem ainda oito navios que garantem, ao menos, algum retorno financeiro a dois portos vizinhos da Madeira, principais parceiros e primeiro e segundos em termos de escalas e passageiros, logo seguidos do Porto do Funchal.

Só que a Madeira, que mantém a interdição de atracação de navios de cruzeiro desde 13 de Março, mas que se prepara para receber os próximos que venham a navegar com turistas e tripulantes a bordo, quando tal acontecer (a primeira escala deverá ocorrer em meados de Outubro), não é tida como porto seguro para este tipo de escalas, muito menos terá procurado essa opção. Nos primeiros dias do confinamento foi recusada atracação do 'Marella Celebration' vindo de uma semana de mar do outro lado do Atlântico, em meados de Abril também terá sido recusada a entrada em cais do 'Mein Schiff 3' que vinha precisamente de Tenerife.

Apostada em concertar a estratégia de retoma com os portos de Canárias, no âmbito da marca 'Cruises in the Atlantic Islands', que não actualiza informação na sua página desde 2018, a APRAM fica claramente atrás como porto amigo e abrigo durante a pandemia, muito por culpa, também, das excelentes condições orográficas e de infraestruturas para este tipo de escalas prolongadas.

Refira-se que os navios os cinco navios em Tenerife (Costa Fascinosa, Mein Schiff Herz, AIDAmira, AIDAnova e Ocean Nova) e Gran Canaria (AIDAstella, AIDAbella, Greg Mortimer, Ocean Atlantic, Ocean Endeavour, Ocean Adventurer, Sea Cloud I e Sea Cloud II) cobram por dia cerca de 981 euros por navio fundeado e o atraque ocasional a ascender a mais do triplo, cerca de 3.220 euros, dependendo da tonelagem e capacidade dos navios. Ambas as autoridades portuárias já terão facturado mais de um milhão de euros o que, em tempos de penúria, acabam por reduzir as perdas.

Na Madeira, somam-se os prejuízos  num ano irremediavelmente perdido, apesar das perspectivas moderadas de que a retoma até final do ano traga alguns frutos.