Turismo

Eixo Atlântico quer Comissário Europeu para o Turismo

O Eixo Atlântico solicitou formalmente à Comissão Europeia que pondere a possibilidade de o novo colégio de comissários contemplar uma área específica centrada no turismo e, a ser possível, um novo comissário com esta competência.

Numa carta dirigida à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o Eixo Atlântico recorda que, apesar da importância do setor turístico na Europa, do seu peso no Produto Interno Bruto (PIB) e da força que o âmbito turístico representa na União Europeia (UE), não existe nenhum comissário desta matéria.

A informação foi divulgada em comunicado pelo Eixo Atlântico depois de uma reunião de especialistas de regiões fronteiriças europeias de Portugal-Espanha, Letónia-Estónia, República Checa-Alemanha, Hungria-Eslováquia, Roménia-Hungria, Itália-França e Grécia-Macedónia, em Bruxelas, na Bélgica.

A reunião teve por objetivo analisar os problemas e possibilidades do desenvolvimento turístico no âmbito do Turismo de Fronteira, refere.

Na nota, o Eixo Atlântico adianta que uma das principais conclusões passa pela necessidade de um programa-quadro de Turismo Europeu com especial atenção a um subprograma de Turismo de Fronteira.

Além disso, apontou ainda a importância da Europa ter políticas de promoção e proteção do património natural, cultural e monumental o que, até agora, "não acontece", refere.

"A ausência de uma política de património da UE está camuflada nas políticas da UNESCO que promovem a proteção do património, mas que não tem competências para travar a sua deterioração ou as consequências de urbanismos agressivos", salienta.

Segundo o Eixo Atlântico, a estratégia dos governos baseia-se em promover os grandes destinos tradicionais para poder apresentar grandes números, relegando a aposta estratégica por outros territórios que permitiriam diversificar o impacto positivo do turismo e minorar o impacto negativo já verificado em algumas cidades europeias como Lisboa (Portugal), Barcelona (Espanha) ou Veneza (Itália), entre outras, pela massificação turística.

Recordando que o turismo é um dos principais motores económicos da UE, não apenas das principais capitais europeias, mas também dos territórios periféricos que, em muitos casos, são transfronteiriços, o que acrescenta valor à sua oferta turística que costuma ter um perfil diferenciador baseado no património, na cultura, na natureza e na enologia.

"No entanto, este turismo representado pelo conceito promovido pelo Eixo Atlântico "2 países, 1 destino", encontra-se com vários problemas que dificultam o seu desenvolvimento", sublinha.

Embora algumas limitações ao turismo como o `roaming´ já tenham sido solucionadas, o Eixo Atlântico salienta que os problemas de conectividade ou logística, como o aluguer de um veículo num país e a sua devolução em outro, o pagamento de portagens nas autoestradas de Portugal, sobretudo para os turistas, assim como as dificuldades na conservação do património e a promoção como destino turístico, ainda estão pendentes de solução.