Turismo

Governo português procura investidores internacionais para o programa Revive

O governo português está a tentar atrair investidores internacionais para o programa Revive, destinado à recuperação e requalificação de património público para fins turísticos, revelou a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques.

"Portugal precisa de atrair marcas internacionais para o turismo. É muito importante este trabalho que possamos fazer junto de investidores, alertando para o espólio que temos em Portugal no contexto do Revive", disse hoje à agência Lusa em Londres.

Rita Marques entrou em funções há cerca de duas semanas, substituindo Ana Mendes Godinho, que subiu a ministra do Trabalho, e está em Londres a acompanhar a participação portuguesa na feira 'World Travel Market' (WTM), que abriu na segunda-feira e encerra na quarta-feira, no centro de exposições Excel London.

Além de encontros com homólogos europeus, promotores turísticos e transportadoras aéreas, reuniu-se também com investidores internacionais, onde falou do programa Revive Património, um programa conjunto dos Ministérios da Economia, Cultura e Finanças lançado em 2016.

O Governo começou por identificar 48 imóveis públicos classificados e sem uso para concessão a privados e, em setembro, já tinham sido adjudicados nove, representando um investimento de 68 milhões de euros.

Entretanto, em outubro foi publicado o diploma que cria o Fundo Revive Natureza, para a recuperação e adaptação para turismo de imóveis públicos rurais devolutos, como antigas casas florestais ou postos fiscais, o qual já identificou 96 imóveis.

Rita Marques considera que "é preciso criar condições para que o interesse não se resuma às grandes cidades", lembrando que Lisboa e Porto concentraram até agora a maioria do investimento estrangeiro em imobiliário, sobretudo em alojamento local ou oferta hoteleira.

Estes programas, referiu, podem atrair investidores nacionais "que possam estar disponíveis e interessados para alavancar investimentos nesses espaços" num modelo de parcerias público-privadas, com a possibilidade de beneficiarem de linhas específicas de financiamento.

"Temos de garantir que as cidades conseguem gerir os fluxos turísticos, numa lógica de sustentabilidade. Uma forma de mitigar esse risco é garantir que existe oferta qualificada fora dos centros urbanos", vincou.

Segundo Rita Marques, cada um dos projetos de reconversão no âmbito do Revive pode oscilar entre os dois e dez milhões de euros, dependendo dimensão e uso final.