Turismo

Alojamento turístico regista crescimento em 2018 mas em desaceleração. E a Madeira é a que mais perde

Estatísticas nacionais relativamente às chegadas a Portugal de turistas não residentes foram reveladas pelo INE esta manhã.

Relativamente a 2018, estima-se que o número de chegadas a Portugal de turistas não residentes tenha atingido 22,8 milhões, correspondendo a um crescimento de 7,5% face a 2017. Este crescimento é menor que o estimado para o ano anterior (+16,6%). Espanha manteve-se como o principal mercado emissor de turistas internacionais (quota de 25,4%).

Considerando a atividade do setor do alojamento turístico em 2018, o número de hóspedes totalizou 25,2 milhões e as dormidas 67,7 milhões, traduzindo-se em aumentos de 5,1% e 3,1%, respetivamente (+12,9% e +10,8%, pela mesma ordem, em 2017).

Na hotelaria registaram-se 81,0% dos hóspedes e 83,6% das dormidas, seguindo-se o alojamento local (quotas de 15,6% e 13,8%, respetivamente) e o turismo no espaço rural e de habitação (3,4% e 2,6%, pela mesma ordem).

O mercado interno assegurou 19,9 milhões de dormidas (29,4% do total) e evidenciou um aumento de 6,5% em 2018 (+7,3% em 2017). As dormidas dos mercados externos (70,6% do total) registaram um crescimento significativamente inferior (+1,8%, após +12,2% no ano precedente) e atingiram 47,8 milhões.

Em 2018, os residentes em Portugal efetuaram 22,1 milhões de deslocações turísticas, com um crescimento de 4,2% (+5,0% em 2017 e +5,4% em 2016). As viagens turísticas em território nacional atingiram 19,6 milhões, refletindo um aumento de 3,2% (+4,1% no ano anterior). As deslocações para o estrangeiro (2,5 milhões) representaram 11,3% do total, tendo aumentado 13,3% (+13,1% em 2017).

Turismo mundial manteve tendência crescente

Em 2018, em termos mundiais, as chegadas de turistas internacionais continuaram em tendência crescente, ainda que menos acentuada (+5,6%, -1,4 p.p. relativamente à taxa de crescimento do ano anterior) situando-se em 1,4 mil milhões, segundo dados provisórios da Organização Mundial de Turismo.

A Europa continuou a concentrar a maioria dos turistas internacionais (50,9%) acolhendo 713,4 milhões, seguida da região da Ásia e Pacífico com 24,6% das chegadas (345,1 milhões). O continente americano manteve-se na terceira posição com 15,5% (217,3 milhões de turistas).

Saldo da rubrica de Viagens e Turismo aumentou 9,7%

Os resultados divulgados pelo Banco de Portugal relativos à Balança de Pagamentos indicam um aumento de 9,7% no saldo da rubrica de Viagens e Turismo, menor que o registado no ano anterior (+23,0% em 2017, +12,7% em 2016).

A variação deste saldo traduziu o aumento das receitas em 9,6% em 2018 (+19,5% em 2017), totalizando 16,6 mil milhões de euros, e um aumento de 9,6% (+11,5% em 2017) das despesas que atingiram 4,7 mil milhões de euros em 2018.

Norte e Alentejo deram impulso e Madeira perde peso nacional

Na evolução das dormidas nas diversas regiões, destacaram-se os crescimentos apresentados pelo Norte (+8,5%) e Alentejo (+7,6%). O Algarve manteve-se como o principal destino (30,2% das dormidas totais), com perda de expressão no total (-0,5 p.p.), secundado pela AM Lisboa (25,9%), que reforçou o seu peso em 0,5 p.p.

Nota para este indicador regional: As dormidas do mercado interno aceleraram em 2018 para um crescimento de 7,0% (+5,4% em 2017) e atingiram 16,0 milhões, 28,4% do total das dormidas neste segmento. As dormidas de não residentes, apresentaram um ligeiro decréscimo (-0,5%, após +9,6% em 2017) e atingiram 40,5 milhões. As dormidas na hotelaria aumentaram em todas as regiões com exceção da RA Madeira (-2,4%), destacando-se o Norte (+7,3%) e o Alentejo (+7,0%). Como habitualmente, os principais destinos foram o Algarve (33,3% das dormidas totais), AM Lisboa (25,1%), Norte (13,3%) e RA Madeira (12,4%).

Neste particular, além de confirmar que a hotelaria na RAM foi a única a perder em termos de dormidas, também perdeu 0,5 pontos percentuais o seu peso a nível nacional (em 2017 era de 12,9%) e ainda deixou de ser a 3.ª região com mais dormidas, ultrapassada pelo Norte (em 2017 tivera peso de 12,6%).

Espanhóis a crescer, Brexit e falências alemãs a fazer efeito

O Reino Unido manteve-se como principal mercado emissor (19,5% do total das dormidas de não residentes), tendo contudo registado um decréscimo de 5,3% em 2018. O mercado alemão (13,5% do total) apresentou uma ligeira redução de 0,5%, enquanto o mercado espanhol (quota de 10,2%) cresceu 5,4%.

Entre os principais mercados, destacaram-se também os aumentos verificados nos mercados norte americano (+24,0%), canadiano (+20,9%), brasileiro (+14,4%) e chinês (+13,8%).