Turismo

Hotéis do grupo angolano AAA com 15 mil dormidas em 2017

A cadeia hoteleira do grupo angolano AAA contabilizou mais de 15.000 dormidas em 2017, com oito hotéis de três estrelas em funcionamento, aos quais acresce a nova unidade, instalada em Mbanza Congo, cidade declarada património mundial.

Os dados foram avançados hoje à agência Lusa pelo presidente do conselho de administração do grupo AAA, Carlos Vicente.

A parceria lançada em 2015 com o grupo francês Accor para a gestão da rede hoteleira terminou no passado mês de fevereiro, devido às dificuldades cambiais em Angola.

A gestão dos hotéis, sob a designação comercial IU (três estrelas) e IKA (cinco estrelas), passou para as mãos da AAA (antiga seguradora), que além dos nove em funcionamento prevê a abertura de mais "três ou quatro" ainda este ano.

Estas novas unidades vão juntar-se ao IU Hotel de Mbanza Congo, com 120 quartos e quatro salas de reuniões, inaugurado a 27 de junho na capital da província do Zaire.

"Aumenta a capacidade de alojamento da cidade e oferece um serviço com mais qualidade. Qualquer cidade com um património mundial precisa de hotéis com qualidade. Acreditamos que a partir de agora mais pessoas visitarão Mbanza Congo", explicou Carlos Vicente.

As ruínas do centro histórico da cidade de Mbanza Congo foram declaradas, a 08 de julho de 2017, Património Mundial da Humanidade, a primeira classificação do género atribuída a Angola pela Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Desde então que tem sido apontada pelas autoridades locais a dificuldade da promoção turística da cidade, dada a quase inexistência de quartos.

"Além de ter um património mundial, Mbanza Congo representa o começo da Angola contemporânea, o começo das trocas culturais e comerciais com o Ocidente, o começo da literacia em Angola e da expansão do cristianismo em Angola", destacou o presidente do conselho de administração do grupo AAA.

O projeto "Mbanza Congo, cidade a desenterrar para preservar", que tinha como principal propósito a inscrição desta capital do antigo Reino do Congo, fundado no século XIII, na lista do património da UNESCO, foi oficialmente lançado em 2007, mas a sua classificação é o culminar de um processo com cerca de 30 anos.

O Kulumbimbi, as ruínas da sé catedral de Mbanza Congo, do século XVI, o primeiro templo católico construído a sul do equador, é o cartão-de-visita desta classificação, assim como o cemitério dos antigos Reis do Congo ou o museu, adaptado do antigo palácio daquela monarquia e que hoje guarda algumas relíquias seculares daquele povo.

Os franceses da Accor iniciaram em 2016 a gestão, em Luanda, dos primeiros três hotéis do grupo angolano AAA, de um total inicialmente previsto de 50, conforme acordo assinado no ano anterior, no âmbito da visita a Angola do então Presidente François Hollande.

A 03 de julho de 2015, durante a visita oficial a Luanda de François Hollande, o grupo Accor assinou um acordo para ficar com a gestão da rede de hotéis da AAA, em construção desde 2007, permitindo a abertura de 50 unidades e a criação de 3.000 postos de trabalho.

Previa-se a disponibilização de mais de 6.200 quartos até 2017.