Turismo

Gostar de Turismo é essencial para que a economia cresça

“Portugal tem de gostar de Turismo” para depois exigir que seja bom. Até porque “o Turismo é essencial para a reinvenção do crescimento económico que o país precisa”. Uma ideia partilhada pelo economista e ex- ministro Augusto Mateus durante a intervenção no 43.º congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) que decorre em Macau.

Numa sessão em que exortou os agentes a olhar para frente, a pensar em português para o mundo, a trazer Portugal para o mapa, considerou que turismo é fundamental para a obtenção de resultados sustentáveis. “As viagens e o turismo estão na primeira linha de aceleração da globalização constituindo o principal pilar de geração de emprego e valor acrescentado na economia mundial. São uma realidade cada vez mais global e transversal estão no coração das novas dinâmicas económicas como o primado do valor sobre a mercadoria e o primado da procura sobre a oferta” observou.

Na intervenção intitulada “O papel do Turismo na reinvenção do crescimento económico de Portugal”, Augusto Mateus referiu que a recuperação económica em Portugal “é tímida e com riscos muito elevados”. E deu exemplos: a recuperação quantitativa em curso é bem menos relevante que as consequências qualitativas do profundo ajustamento económico e financeiro verificado: o percurso da economia portuguesa revela a anemia e os riscos da recuperação actual, revelando-se uma economia em divergência económica na Europa; a recuperação da economia portuguesa ainda não corrigiu o nível da dívida, pois permanece com um nível claramente excessivo de endividamento global; é uma economia que agravou o seu desequilíbrio financeiro internacional, uma posição de investimento internacional muito vulnerável; é uma economia insuficientemente internacionalizada e a intensificação recente, apesar de positiva, precisa de ser mantida e alargada; é uma economia que enfrenta uma série crise de investimento.

Por tudo isto, julga que a economia portuguesa só regressará depois de 2018 ao nível de actividade pré-crise. Uma vez mais o Turismo será decisivo. “Às viagens e turismo o País deve a resiliência do ajustamento económico que suportou”, lembrou.