Turismo

Municípios portugueses promovem-se em Israel para captar turismo judaico

Municípios portugueses com património ligado à cultura judaica estão hoje e quarta-feira a promover-se na Feira Internacional de Turismo do Mediterrâneo (IMTM), em Telavive, Israel, com o objetivo de potenciarem o turismo judaico nos respetivos territórios.

"Queremos aumentar nos nossos concelhos o número de visitantes oriundos de Israel e a presença nessa feira é uma aposta que tem contribuído para esse objetivo e que esperamos que continue a dar frutos", referiu, em declarações à agência Lusa, Anabela Freitas, presidente da Assembleia-Geral da Rede de Judiarias de Portugal (RJP), entidade que está a promover a presença da comitiva portuguesa neste certame de turismo.

A também presidente da Câmara Municipal de Tomar salientou a importância que o turismo judaico tem vindo a ganhar nos municípios que integram a RJP, que recebem cada vez mais visitantes israelitas.

"No caso de Tomar, o mercado judaico é já o segundo maior em termos do número de turistas que recebemos. Em 2016 tivemos na nossa Sinagoga - a mais antiga do país - um total de 59 mil visitantes, cerca de 30 mil oriundos de Israel", referiu.

A autarca também vincou que o número de pessoas que passaram por este espaço do século XV representa um crescimento global de 50 mil pessoas desde 2013, ano em que Tomar esteve pela primeira vez na IMTM.

No caso do Sabugal, que também participa neste evento, há agora razões acrescidas para apostar na divulgação e promoção em Israel: "Dentro em breve vamos reabrir a Casa da Memória Judaica, espaço que conta a história da presença judaica no nosso concelho e que contribuirá para uma melhor perceção da nossa identidade coletiva", afirmou Delfina Leal, vice-presidente da Câmara do Sabugal.

Segundo referiu, este investimento também deverá contribuir para o crescimento turístico naquele concelho, que se tem afirmado essencialmente pela oferta ligada ao património histórico.

"A aldeia histórica de Sortelha é o principal polo de atração do concelho, a nossa joia da coroa, mas consideramos que é importante complementar a oferta e dar mais às pessoas", disse.

A importância de existir uma oferta integrada dentro dos concelhos, bem como de seguir uma estratégia de divulgação conjunta entre municípios são também ideias sublinhadas pelo vice-presidente de Alenquer, Rui Costa.

"Todos ficaremos a ganhar se conseguirmos que quem visita Lisboa passe também por Alenquer e, uma vez lá, encontre motivos para ir a outros concelhos", apontou este autarca, que também está presente em Telavive.

Segundo explicou, naquele concelho o turismo judaico ainda "é bastante residual", mas o objetivo da autarquia é que passe a representar "uma fatia bem mais significante".

Para isso contribuirá certamente o Museu Damião de Góis e das vítimas da Inquisição, que deverá ser inaugurado em abril e que tem como figura central o filho de Alenquer e vítimas da inquisição.

O projeto está a ser desenvolvido na Igreja de Santa Maria Várzea, conhecida por ter sido o local que serviu de túmulo até 1941 ao humanista e que recentemente foi adquirida pela Câmara para acolher este museu, onde também será dada a conhecer aquela que foi uma das mais importantes judiarias em Portugal.

Belmonte, concelho que tem a única comunidade judaica organizada em Portugal, também se prepara para realizar obras de modernização e renovação no museu judaico da vila e que se tem afirmado como um dos mais importantes fatores de atração de turistas israelitas naquele concelho.

"Em 2016, atingimos o número recorde de cerca de 70 mil visitantes, mais de 20 mil dos quais só da diáspora judaica. Temos vindo a crescer todos os anos e queremos que esse crescimento se mantenha e, é por isso mesmo, que voltamos a estar nesta feira", frisou António Dias Rocha, presidente da Câmara de Belmonte e da RJP.