O presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) alertou hoje que será "impossível" fazer promoção turística no mercado interno e alargado em 2017, porque o total da verba para esse fim foi cativada em 88%.

"O total para a promoção turística para 2017, que era de 1,2 milhões de euros, foi cativado em 88%, o que nos permite ter apenas 158 mil euros, o que quer dizer que não é possível fazer promoção turística no mercado interno e alargado", disse à Lusa o presidente da TPNP, Melchior Moreira, à margem de uma visita que deputados do Partido Socialista (PS),eleitos pelo círculo do Porto, realizaram hoje à Porto Welcome Center, na baixa da cidade.

Melchior Moreira critica ainda o Governo por ter cativado "99% das receitas próprias" que a TPNP tinha previsto para este ano de 2017 -- 1,1 milhões de euros -, ficando disponíveis "15 mil euros".

"Neste momento, estou apreensivo em manter esta onda de crescimento na região, porque os cortes que o Governo está a fazer através da cativação não permitem não crescer, mas estagnar", observa Melchior Moreira, acrescentando que pediu hoje "ajuda aos deputados" do PS -- Isabel Santos, Renato Sampaio e Fernando de Jesus - para "sensibilizarem" o Governo daquela que classificou de "injustiça nacional".

A 19 de janeiro transato, os presidentes das regiões de turismo do Porto e Norte e do Algarve já tinham chamado a atenção para a falta de financiamento para promoção interna em 2017, tornando difícil cumprir a lei 23/2013 que obriga a qualificar e promover produtos.

"Atendendo aos sucessivos cortes que hoje o Estado impõe às Entidades Regionais de Turismo e ao turismo (...), em 2017 o Porto e Norte não consegue fazer promoção interna em Portugal", dizia na altura o presidente da TPNP), Melchior Moreira.

O presidente do Turismo do Algarve, Desidério Silva, declarou também, por seu turno, que aquela entidade regional de turismo tinha "uma "autonomia limitada" e "um financiamento quase irreal".

A região abrangida pelo Turismo do Porto e Norte de Portugal fechou o ano de 2016 com um crescimento de dormidas na ordem dos 10,70% em relação a 2015, alcançando 6,8 milhões, valores próximos dos objetivos traçados para 2020.