Turismo

Macau voltou a superar a barreira dos 30 milhões de visitantes em 2016

Macau foi o destino escolhido por 30,95 milhões de visitantes em 2016, ano em que pela primeira vez em dez anos o universo dos que pernoitaram representou mais de metade do total (15,7 milhões de pessoas).

Os dados preliminares apresentados hoje em conferência de imprensa pela diretora dos Serviços de Macau, Helena de Senna Fernandes, refletem uma subida global de 0,8% em relação a 2015 e um aumento de 9,8% nos visitantes que pernoitaram.

A China continuou a ser a principal fonte de visitantes para Macau -- com mais de 20 milhões ou dois terços do total --, enquanto o número de turistas internacionais cresceu 7,9%. Dos dez principais mercados emissores, os Estados Unidos (190.000) são o único país fora da Ásia.

Senna Fernandes justificou o aumento do número de turistas que pernoitam em Macau com um "conjunto de motivos", incluindo o aumento da oferta na hotelaria e a descida do preço médio dos quartos.

Macau encerrou 2016 com uma oferta de 37.634 quartos (+14%), distribuídos por 113 estabelecimentos hoteleiros. A estada média dos que pernoitaram na região foi de 2,1 dias.

Macau é a única região da China onde o jogo é legal, sendo o jogo em casino um dos principais motivos de atração dos visitantes.

A despesa dos visitantes no jogo diminuiu 8,7% para 16,1 mil milhões de dólares, valor substancialmente mais elevado do que os gastos fora dos casinos: que diminuíram 2,6%, alcançando 5,5 mil milhões de dólares.

"Temos uma perspetiva moderada, mas estamos otimistas", disse Senna Fernandes.

A diretora dos Serviços de Turismo recordou que o facto de a moeda norte-americana estar forte "pode reduzir a vontade de consumir [por parte dos visitantes] e ser uma desvantagem para a concorrência regional", mas disse estar otimista.

A pataca está indexada ao dólar de Hong Kong que, por sua vez, está indexado ao dólar norte-americano.

Entre os objetivos para este ano, Senna Fernandes destacou a elaboração de um plano geral de desenvolvimento da indústria do turismo de Macau, cuja proposta final prevê poder estar concluída "em junho ou julho".

No plano internacional, disse que vai ser feito um estudo sobre o potencial do mercado brasileiro que, segundo dados provisórios, contribuiu em 2016 com 9.900 visitantes (mais 5% do que em 2015).

Trata-se ainda assim de um número bastante aquém relativamente aos dez principais mercados emissores e mesmo do de Portugal (15.600 visitantes ou mais 3% face a 2015).

"Primeiro vamos fazer um estudo de mercado para identificar as condições e também estudar quais são as áreas e os segmentos que podemos atrair para viajar para Macau", afirmou Senna Fernandes quando questionada sobre o interesse no mercado brasileiro.

Já sobre o impacto em termos de turistas com a futura ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau -- cujas obras foram iniciadas em 2009 e cuja entrada em funcionamento tem sido alvo de sucessivos adiamentos --, Senna Fernandes disse não dispor de "nenhuma informação sobre como vai ser a utilização" ou relativamente ao "tipo ou número de veículos que vão ser autorizados" a utilizá-la.

"Ainda não temos nada concreto. (...) Há muitas coisas que ainda podemos fazer em termos de promoção e também para facilitar a ida dos turistas para os três sítios", acrescentou.