Turismo

Mais de um quarto dos passageiros para Ponta Delgada viajaram em 'low cost' este ano

Mais de um quarto dos quase 650 mil passageiros que este ano desembarcaram no aeroporto de Ponta Delgada, nos Açores, viajaram em voos de baixo custo, segundo informação da ANA -- Aeroportos de Portugal.

De acordo com a ANA, empresa que gere o único aeroporto da ilha de São Miguel, para onde em março de 2015 começaram a voar as companhias Ryanair e easyJet, dos passageiros desembarcados no aeroporto João Paulo II entre janeiro e outubro deste ano 28% eram provenientes de voos 'low cost'.

Dados da Secretaria Regional dos Transportes e Obras Públicas dos Açores indicam que, neste período, foram 643.490 passageiros que chegaram a Ponta Delgada, mais 55% que no período homólogo de 2014 (414.481). Em 2015, o número de passageiros ultrapassou meio milhão.

O secretário regional dos Transportes e Obras Públicas, Vítor Fraga, disse à agência Lusa que a operação das companhias 'low cost', que chega à ilha Terceira na sexta-feira, "enquadra-se num conceito mais vasto", o do "modelo de acessibilidades à região, que tinha objetivos muito claros".

"Por um lado, proteger os residentes e estudantes, criando condições para aumentar a sua mobilidade e a sua capacidade de acessibilidade ao exterior da região, por outro, criar condições para que entrassem novos operadores e, com isso, o acesso aos Açores passasse a ser mais competitivo, possibilitando a captação de maior número de passageiros, o que se traduz também em impacto direto num setor fundamental para a região, o turismo", declarou Vítor Fraga.

O governante, que na legislatura anterior assumiu a pasta do Turismo no executivo açoriano, realçou que houve um efeito multiplicador na economia regional do novo modelo de acessibilidades aéreas.

"O turismo, por si só, é um setor indutor de desenvolvimento de outros setores de atividade e isso faz-se refletir, porque quem cá vem acaba por consumir produtos que nós produzimos e acaba por utilizar um conjunto de serviços conexos que potenciam o desenvolvimento económico da região", destacou.

Vítor Fraga referiu que os efeitos estenderam-se a todas as ilhas do arquipélago, notando que, no âmbito do modelo de acessibilidades, a "revisão das obrigações do serviço público de transporte aéreo inter-ilhas" determinou a redução de preço das viagens, mas também o aumento da conectividade entre todas as ilhas.

A consequência foi um "incremento muito expressivo ao nível do número de passageiros desembarcados por todas as ilhas, na maior parte delas acima dos 20%", observou.

Sobre a operação 'low cost' na Terceira, o governante está convencido de que "tanto as organizações públicas como a iniciativa privada estará habilitada a dar uma resposta cabal" às expectativas, que são "o incremento de pessoas a visitar a ilha", mas ressalvou que a operação "terá um outro efeito", o aumento dos níveis de mobilidade dos residentes.