Turismo

Presidente da Turismo Porto/Norte diz que região não deve "implorar" voos da TAP

O presidente da Turismo do Porto e Norte disse hoje que a TAP deveria prestar “um serviço público e ter como obrigatoriedade de concessão a manutenção dos voos”, mas considerou que as autoridades regionais não devem "ameaçar, nem implorar”.

“A TAP deveria prestar um serviço público e ter como obrigatoriedade de concessão a manutenção dos voos, mas se não o quer fazer não temos de implorar nem ameaçar retaliações porque o nosso aeroporto e o nosso território há muito revelaram a outras companhias que são financeiramente apetecíveis”, afirmou.

Melchior Moreira falava à Lusa a propósito do crescimento de 7% no total de visitantes em janeiro à Loja Interativa de Turismo do Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

“A comparação dos meses homólogos de janeiro de 2015 e 2016 mostram um crescimento de 7% no total de visitantes, o que representa cerca de mais mil turistas/mês, perfazendo um total de cerca de 10 mil”, afirmou Melchior Moreira.

O presidente da Turismo Porto e Norte considerou que estes números “não se devem só à TAP, mas sim às rotas criadas pelas companhias low cost e a outras de bandeira que se instalaram no Aeroporto Francisco Sá Carneiro e que encontraram aqui um mercado exponencial e, logo, lucrativo”.

A TAP anunciou a suspensão das ligações diretas do Porto para Barcelona (Espanha), Bruxelas (Bélgica) e Roma e Milão (Itália) a partir de 27 de março, alegando que estas rotas são deficitárias. A decisão tem sido contestada por autarcas e agentes económicos da região.

De acordo com o responsável, no topo da lista de visitantes continuam os turistas provenientes de Espanha e da França, seguidos do Reino Unido e da Alemanha.

Há ainda a registar uma “tendência de subida dos turistas oriundos do Benelux durante o início do ano, com um aumento substancial em relação a janeiro de 2015”.

De acordo com os dados disponibilizados à Lusa, em 2015, mais de 25 mil espanhóis passaram pelo território e nas suas principais opções de visita estiveram os 'short breaks' (férias de curta duração), os eventos, o turismo cultural, a gastronomia e os vinhos. Na mesma comparação entre os meses de janeiro de 2015 e janeiro de 2016 “observa-se uma variação positiva de 12 por cento no total dos produtos estratégicos”, referiu Melchior Moreira.

O responsável acrescentou que “o produto estratégico mais abrangente da Gastronomia e Vinhos teve uma procura de mais 20 por cento que no mês de janeiro de 2015, Turismo de Negócios com mais 18 por cento, seguido dos Eventos com mais 17 por cento em relação ao mês homólogo. O aumento da estadia também foi acentuado em mais de 14 por cento que em janeiro de 2015”.