Turismo

Transportadora Aérea Cabo-verdiana suspende aumento de tarifas após coima de reguladora

A Transportadora Aérea Cabo-verdiana (TACV) suspendeu sexta-feira as novas tarifas de voos internos após a Agência de Aviação Civil (AAC) do país ter aplicado uma coima de 27 mil euros à companhia.

A confirmação foi dada pelo presidente do Conselho de Administração da TACV, João Pereira Silva, salientando que a suspensão das novas tarifas serve para evitar o desgaste da imagem da companhia de bandeira cabo-verdiana.

Apesar de ter regressado aos preços antigos, o PCA dos TACV disse que a companhia agiu em conformidade com a lei, pelo que já moveu uma ação judicial para impugnar o processo de contra-ordenação da AAC, e avisa que se a TACV ganhar nos tribunais voltará a atualizar as tarifas.

A 20 de maio, a AAC suspendeu a decisão unilateral dos TACV, tomada dois dias antes, de aumentar as tarifas dos voos internos entre os 17% e 27% a partir de 02 de junho, provocando a contestação entre a sociedade civil.

A título de exemplo, os novos preços que os TACV apresentaram, e que estão em vigor desde 02 de junho, o custo das ligações de São Vicente para as ilhas do Sal e de Santiago, aumentaria em 27% - de 18.080 para 23.050 escudos (de 163,96 para 209,04 euros).

Outro exemplo é o da rota entre as ilhas vizinhas de São Vicente e de São Nicolau, em que o custo do bilhete subiria de 12.249 para 14.350 escudos (de 111,08 para 139,14 euros), o que equivale a um aumento de 17%.

Imediatamente depois de publicadas as notícias, os jornais foram "invadidos" com mensagens de indignação, criticando os aumentos, o mesmo sucedendo nas redes sociais, em que foi criada uma página anti-TACV.

Quarta-feira, a AAC aplicou uma coima de 27.200 euros à TACV por a companhia aérea cabo-verdiana não ter acatado a determinação de suspender as novas tarifas, consideradas ilegais.

Segundo a imprensa local, a entidade reguladora cabo-verdiana destacou que as tarifas não foram analisadas pela própria AAC, agravadas pelo facto de a TACV não ter restituído aos clientes os valores cobrados acima dos preços máximos.

Cabo Verde dispõe de quatro aeroportos internacionais (Sal, Praia, São Vicente e Boavista) e três aeródromos (Fogo, Maio e São Nicolau) - as restantes duas ilhas, Santo Antão e Brava, só são acessíveis de barco. A única companhia aérea a operar nos voos internos é a TACV.