Turismo

Congresso debate turismo de culinária como mercado a explorar por Portugal

O turismo de culinária é considerado um mercado a explorar por Portugal, país com uma diversificada oferta gastronómica, um tema que será debatido num congresso na próxima semana, anunciou a organização.

Entre 23 e 25 de outubro, governantes, especialistas e profissionais do setor reúnem-se na Figueira da Foz para debater as potencialidades do turismo associado à gastronomia, no primeiro Congresso Nacional de Turismo de Culinária, que terá também um espaço aberto ao público em geral, no último dia.

“O turismo de culinária é um conceito bastante recente em Portugal. É um mercado a explorar em termos de tendências e pode ser benéfico para o país”, disse à Lusa o presidente da Associação Portuguesa de Turismo de Culinária e Economia (APTECE), José Borralho, que organiza o encontro.

Na opinião do responsável, o país tem duas mais-valias nesta área: “apesar do seu pequeno território, tem uma diversidade enorme em termos de oferta gastronómica”.

“Viajamos 20 ou 30 quilómetros e encontramos tradições e formas de fazer completamente diferentes”, ilustrou o presidente da APTECE, que acrescentou que Portugal tem também “uma riqueza de produção muito grande”, assegurada por um tecido empresarial composto, na esmagadora maioria, por pequenas, micro ou mesmo nano empresas.

O objetivo do encontro é sublinhar a importância de promover o turismo de culinária, em que a gastronomia é oferecida como mais uma “memória única e irrepetível” para o turista.

A oferta turística pode passar por contactos com produtores, conhecer as formas de cozinhar e ouvir as histórias por detrás da gastronomia, ou, simplesmente, por encontrar produtos locais no pequeno-almoço dos hotéis.

O setor do vinho foi o primeiro a olhar para o vinho “não só como um produto, mas como uma experiência” e hoje já existe uma grande apetência dos turistas para participar em vindimas, exemplificou José Borralho.

No setor do turismo de culinária, a Toscânia é “o caso mais desenvolvido em termos mundiais de desenvolvimento dos seus recursos naturais para captar turistas” e um representante desta região italiana estará no congresso para relatar a sua experiência.

O secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, participa num debate sobre “Os desafios do turismo gastronómico para o desenvolvimento regional”, na abertura do congresso, cujo programa prevê conferências sobre histórias ligadas à comida, o papel das confrarias e os exemplos dos ‘food hotels’ e do Chá Gorreana, pioneiros na abertura da sua fábrica e plantações aos turistas, há quase cem anos. O dia é concluído com um ‘workshop’ do chefe de cozinha Hélio Loureiro, que irá preparar o jantar.

No segundo dia, a experiência de bloguistas de viagens e gastronomia “pelos caminhos de Portugal”, a influência das redes sociais no lançamento de tendências e o papel da grande distribuição sobre a tradição são outros temas em debate, contando-se ainda com o relato do percurso do Turismo do Alentejo na promoção da gastronomia regional.

No sábado, dia 25, o congresso abre as portas ao público em geral, que pode conhecer algumas empresas e projetos no setor do turismo gastronómico e participar em sessões de cozinha ao vivo.