Turismo

Actividades de Animação Turística passam a ter Observatório

O Instituto Politécnico de Leiria (IPL) anunciou  hoje a criação do Observatório Nacional de atividades de Animação Turística  para identificar problemas e soluções, face à duplicação do número destas  empresas nos últimos dois anos.

"O Observatório surge porque, nos últimos dois anos, as empresas de  animação turística duplicaram e é preciso estudar os vários problemas e  as necessidades que têm", afirmou à agência Lusa Francisco Dias, coordenador  do Grupo de Investigação Turística da Escola Superior de Turismo e Tecnologia  do Mar de Peniche, pertencente ao IPL.   Para o investigador, a proliferação de empresas é o reflexo de que está  a surgir um turista moderno, que já não paga pacotes integrados de férias,  mas faz ele próprio as suas reservas na Internet e vai para o destino à  procura do que há para oferecer, como por exemplo atividades de animação.  O IPL enviou convites a mais de um milhar de empresas da área e aos  municípios para integrarem o Observatório.   "O objetivo é investigar para ter um diagnóstico da procura e da oferta  do setor, fazer estudos de monitorização e perceber a evolução do setor,  para fundamentar decisões políticas e económicas e para ajudar futuros empresários  a tomar decisões de negócio", afirmou Francisco Dias.   O coordenador do projeto explicou que as empresas se deparam com problemas  de formação, falta de legislação, competitividade e insegurança nas suas  atividades, porque os riscos das atividades não estão identificados e não  são cobertos pelas seguradoras.   O responsável deu como exemplo o chamado Turismo Acessível, previsto  no novo Plano Nacional para o Turismo, publicado esta semana em Diário da  República, com atividades apropriadas para pessoas com mobilidade reduzida  ou com deficiências.   20% dos turistas que visitam o país integram, segundo Francisco  Dias, este grupo, mas "desconhecem-se as exigências de adaptação das atividades  que são colocadas às empresas de animação turística".   "A dificuldade de pôr um paraplégico a fazer parapente não é a mesma  que para um tetraplégico e há uma dificuldade de padronizar os serviços",  alertou.   O Observatório é composto por um conselho coordenador, que vai elaborar  estudos, um conselho empresarial, onde vão ter assento os empresários e  as autarquias, e um conselho consultivo académico, com docentes de várias  instituições de ensino superior do país.   De acordo com o IPL, mais de uma centena de entidades aceitou aderir  e propôs temas de investigação como por exemplo conhecer o perfil do turista  e investigar os problemas da sazonalidade.   Os primeiros resultados do trabalho vão ser revelados a 22 e 23 de Maio,  na Conferência Internacional de Animação Turística, em Peniche.   No Registo Nacional de Agentes de Animação Turística, do Turismo de  Portugal, estão inscritas 1600 empresas.