Turismo

Ryanair está a negociar base em Lisboa com novos donos da ANA

O presidente da Ryanair, Michael O'Leary, afirmou hoje que a companhia aérea de baixo custo já está a negociar com os novos donos da ANA Aeroportos, a Vinci, a criação de uma nova base em Lisboa.

Em conferência de imprensa em Lisboa, o presidente da companhia irlandesa adiantou estar em conversações com os franceses da Vinci para começar a operar no inverno de 2014 com oito aviões e 14 novas rotas.

"Estamos a falar com a Vinci sobre a nossa proposta para Lisboa, um aeroporto que continua com taxas muito altas para as companhias de aviação", afirmou Michael O'Leary, acrescentado que a nova base permitiria aumentar o tráfego do aeroporto de Lisboa em quatro milhões de passageiros.

Para desbloquear este investimento, o presidente da Ryanair considera que é essencial a expansão do terminal 2 - que concentra hoje as operações da easyjet -, "dada a escala" do que a Ryanair propõe "fazer em Lisboa".

Michael O'Leary adiantou que o aeroporto de Lisboa "tem o pior rácio de passageiros/população das capitais europeias", sendo que a proposta da Ryanair "permitiria aumentar o tráfego e aproximar Lisboa das outras capitais europeias".

Para que Lisboa tenha mais tráfego aeroportuário, o responsável máximo da Ryanair afirmou que a ANA tem que pensar numa solução de um segundo aeroporto em Lisboa e "o Montijo seria uma boa solução".

Relativamente à TAP, O'Leary salientou que continua com tarifas muito altas, mais 300% do que a tarifa média da Ryanair, que é de 53 euros, e que a vinda da companhia de baixo custo para Lisboa seria "uma boa competição para a TAP".

O presidente da Ryanair adiantou também que "a privatização da TAP é inevitável e, pela lógica, o melhor parceiro seria a AIG (Lufthansa e Iberia) pela ligação que ambos têm ao mercado latino-americano", acrescentando que se não for vendida "nos próximos 18 meses a dois anos, a TAP pode não ter futuro".

Michael O'Leary, que está em Portugal para comemorar o passageiro 15 milhões da companhia, fez uma proposta em Abril do ano passado para vir para Lisboa, mas o processo de privatização da ANA veio travar as negociações.

A Ryanair tem duas bases em Portugal, uma no aeroporto do Porto e outra em Faro, e transportou 3,5 milhões de passageiros em Portugal, estimando que este atinja os 3,8 milhões de clientes.

Para isso, Michael O'Leary disse estar a "negociar com as autoridades turísticas do Algarve novas rotas de inverno para o segmento do turista que procura o golfe".

A Ryanair opera mais de 1.500 voos por dia a partir de 55 bases em 28 países, empregando 8.500 trabalhadores e vai transportar mais de 79 milhões de passageiros no ano fiscal que termina em Março deste ano.