Turismo

Governo quer relançar processo de privatização da TAP ainda este ano

O Governo tem intenção de lançar um novo processo de privatização da companhia aérea TAP ainda este ano, disse hoje à Lusa o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro.

"Estamos agora a trabalhar na estabilização da tesouraria da empresa, que recebeu um apoio por parte da Parpública [de 100 milhões de euros] e que está agora a normalizar a sua relação com os bancos. Uma vez estabilizada a tesouraria da empresa estamos prontos para voltar a pôr o processo de privatização em marcha", afirmou à Lusa o responsável pela pasta dos transportes no Ministério da Economia.

Questionado sobre se o novo processo de privatização pode arrancar ainda este ano, Sérgio Monteiro respondeu afirmativamente: "É nossa intenção que possa ser retomado ainda este ano, em linha com aquilo que é o pensamento estratégico do Governo".

Em Dezembro, o Governo decidiu, em Conselho de Ministros, rejeitar a proposta do grupo Synergy, liderado pelo dono da companhia aérea colombiana, Avianca, Gérman Efromovich, adiando assim a privatização da companhia aérea.

A secretária de Estado do Tesouro disse então que a proposta do grupo Synergy para a compra da TAP foi rejeitada porque não deu "as garantias adequadas", apesar de esta ser ""positiva, coerente e alinhada com a estratégia do Governo". Maria Luís Albuquerque adiantou então que o Governo ia ponderar "uma estratégia para a venda da TAP, tendo em conta os compromissos internacionais", assumidos com a 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia).

Segundo disse hoje à Lusa o secretário de Estado dos Transportes, o Governo espera agora estabilizar a tesouraria da companhia aérea para "logo que seja oportuno" tornar "público o novo calendário do processo de privatização".

Sérgio Monteiro sublinhou que "a privatização não se faz por teimosia" do Governo, mas pela "convicção" de que a venda da TAP "é a melhor forma de garantir que a empresa cresça e possa aproveitar as novas rotas", sobretudo do Médio e Extremo Oriente.

"O Estado não tem condições para capitalizar a empresa, tem de ser o investidor privado a fazê-lo e é com isto em mente que avançaremos com o processo", sublinhou.

Sobre se este ano a TAP poderá atrair mais candidatos do que o ano passado, quando apenas a proposta German Efromovich chegou à fase final da privatização, Sérgio Monteiro disse acreditar que o trabalho que está a ser feito para tornar a empresa "mais competitiva e eficiente" tem como objectivo "garantir que o número de candidatos seja maior do que foi da última vez".

Quanto à reestruturação da empresa, Sérgio Monteiro admitiu que "terá de ser sempre feito algum trabalho no sentido de aumentar a rentabilidade", mas que não será "uma reestruturação muito profunda porque os níveis eficiência da TAP já são assinaláveis". Ainda assim, o governante admitiu que serão procuradas "medidas" para tornar os vários negócios da companhia aérea mais rentáveis.

"Nomeadamente o Brasil, mas não só. Todas as áreas de negócio têm certamente espaço para melhoria", concluiu.