Turismo

Presidente da Região de Turismo de Lisboa desafia hoteleiros a investirem fora da capital

O presidente da Região de Turismo de Lisboa desafiou hoje os empresários de hotelaria a investirem em toda a área metropolitana, argumentando que "há muitas oportunidades" para quem se possam ter arrependido de não ter investido na capital.

"Hoje existem ainda muitas oportunidades para projetos de qualidade, com custos mais moderados, os quais irão entrar nos mercados internacionais como oferta de Lisboa, independentemente de situarem na península de Setúbal, em Loures ou em Vila Franca de Xira, por exemplo", defendeu Vítor Costa.

O presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa e da Associação de Turismo de Lisboa falava perante o 30.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, argumentando que muitos dos "presentes estarão hoje arrependidos de terem desperdiçado oportunidades de investir em zonas de Lisboa que antes eram desqualificadas e hoje são para eles inacessíveis".

"Estão agora perante uma nova oportunidade. Quem chegar primeiro, naturalmente, levará vantagem", declarou.

Segundo Vítor Costa, esses projetos poderão "ter preços mais competitivos do que no centro da cidade de Lisboa" e, também por isso, "esses processos serão de sucesso".

O responsável explicou que o município de Lisboa representa 70% da atividade hoteleira, existindo municípios da área metropolitana que "não têm qualquer oferta hoteleira".

"Lisboa pode passar de destino de turismo de 500 mil habitante para destino de 2,8 milhões de habitantes, subindo de escala no contexto europeu, promovendo a coesão interna da região e dando um contributo maior para o desenvolvimento do país", defendeu.

Para que essa estratégia tenha sucesso será necessário, além do investimento privado, ao qual apelou, "a urgente concretização do projeto do aeroporto no Montijo e os investimentos na Portela", bem como a "melhoria do transporte público".

Na sua intervenção perante os congressistas reunidos no pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, Vítor Costa rebateu a ideia de um eventual excesso de turismo ou de que os problemas da capital e da área metropolitana se devam àquela atividade.

"O importante é sublinhar que não existe um problema de ‘turistificação' em Lisboa, que a capacidade de carga da região está muito longe de se esgotar, que a gentrificação dos centros históricos já vem de décadas, que os transportes públicos funcionam mal por endémica falta de prioridade, de coordenação, de investimento e má gestão, e que, se o turismo desaparecer ou diminuir desta equação, estes problemas não se resolvem, antes se agravam", sustentou.