Turismo

Alojamento local representou 56% da oferta de camas em 2017

O número de camas oferecidas em 2017 pelo alojamento local em Portugal representou 56% do total e os hotéis os restantes 44%, segundo uma análise apresentada hoje pela Associação de Hotelaria de Portugal (AHP).

Na apresentação do balanço do ano passado e das perspetivas do setor hoteleiro, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), a presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, lembrou o total de 1.282 hotéis e de 54.537 registos de alojamento local em 2017.

Partindo dos registos oficiais de alojamento local, que mostram 508 ‘hostels’, e de um número médio de camas, a AHP extrapolou que o alojamento local somou uma oferta de cerca de 23 mil camas, enquanto os hotéis registaram cerca de 18 mil, o que significou 56% e 44% do total de oferta, respetivamente.

Em 2017, abriram 45 hotéis, dos quais 18 na Área Metropolitana de Lisboa, precisou a responsável, notando que há 10 anos a oferta hoteleira, em todo o país, estava abaixo dos 700.

A taxa de crescimento anual tem sido de 7%, na última década, e que as evoluções mais positivas têm ocorrido desde 2015, mas “sem fazer esquecer os anos de nevoeiro” anteriores.

Num comentário aos dados da hotelaria do ano passado, a presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, ressalvou a margem de crescimento da estada média.

“O indicador estada média, que se fixou nos 1,97 dias, encontra-se estagnado e tem claramente muita margem para crescer”, sublinhou a responsável, que referiu que a estada média “quebrou entre setembro e novembro de 2017”, na comparação homóloga.

Para 2018, espera-se, segundo um inquérito aos hoteleiros nacionais, um crescimento a nível da receita, enquanto a expectativa é que a estada média se mantenha, enquanto o preço deve aumentar.

Como oportunidades em termos de mercados emissores foram apontados os Estados Unidos, China e Brasil.

Para 2018, esperam-se 61 novos hotéis, dos quais “22 já estavam em 'pipeline' para abrir em 2017, mas resvalaram”, e 23 remodelações, anunciou.

A responsável enumerou como “regiões com maior expressão” o Norte, com 14 aberturas, 10 das quais na cidade do Porto, e a Área Metropolitana de Lisboa, com a previsão de 29 novas unidades, com 25 a abrir portas em Lisboa.

Nesta sessão, o presidente da AHP, Raul Martins, notou que os valores positivos registados não devem significar apenas uma “fase ascendente”, mas sim serem o “fogo que se precisa para construir o turismo do futuro”.

O responsável reafirmou que, face à saturação do aeroporto de Lisboa, o “crescimento tem perna curta”, já que uma das principais portas de entrada para os turistas estará congestionada.

Face a esse cenário, a concentração dos hoteleiros deve estar na estada média, porque “cada noite a mais é um dia adicional de investimento no país”.

Por seu lado, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, garantiu que a evolução positiva “não pode inebriar”.

“Os bons resultados dão motivação para crescer de forma sustentada”, afirmou a governante, que notou a afirmação do país enquanto destino turístico, lembrando a evolução de 659 para 1282 hotéis em 10 anos.

A secretária de Estado afirmou ainda a “convergência de vontades” no setor turístico, incluindo na garantia da “competitividade no transporte aéreo”.

A dinamização e diversificação da oferta em todo o país, além de valorizar os funcionários, foram outros dos aspetos abordados, com Ana Mendes Godinho a recordar a abertura, na sexta-feira, da bolsa da empregabilidade na BTL, com 10 mil ofertas de emprego.

“Somos um bocadinho vítima do sucesso” do Turismo, comentou a governante, notando a falta de preparação do país para garantir recursos qualificados para a procura que tem existido.

Na sua intervenção, destacou ainda o novo portal do Turismo de Portugal para apoio às empresas, nomeadamente fornecendo informações sobre instrumentos financeiros disponíveis, obrigações legais e mercado de trabalho.