Turismo

Britânicos continuam a comprar habitações turísticas em Portugal apesar do Brexit

Os britânicos continuaram a comprar habitações turísticas em Portugal, em 2016, liderando os investidores estrangeiros, com quase um terço das transações, um peso mais acentuado no Algarve central, apesar do Brexit, revelam dados do SIR-Turismo Residencial.

De acordo com a Confidencial Imobiliário, que gere o SIR-Turismo Residencial, aquele resultado confirma que "o Brexit não afetou negativamente a procura de habitação turística em Portugal por parte dos investidores do Reino Unido, ao contrário do que seria inicialmente expetável" com a saída do país da União Europeia.

Aquela foi a nacionalidade mais representativa entre os investidores estrangeiros, com 31% do número de transações, seguindo-se França, com 19%, e os países do norte da Europa, com 17%.

No eixo Albufeira-Loulé (Algarve Central), o mercado mais importante do Turismo Residencial em Portugal (44% da oferta imobiliária captada pelo SIR-Turismo Residencial), "os britânicos não só protagonizaram quase metade das transações de origem internacional (46%), como atingiram o 'ticket médio' de investimento mais alto", com cerca de 2,1 milhões de euros por operação, realça uma informação da Confidencial Imobiliário.

Aquele valor quase duplica relativamente aos 1,1 milhões de euros investidos, em média, pelos chineses, o segundo país mais representativo nas aquisições internacionais naquela zona algarvia (com 13%).

A Confidencial Imobiliário destaca ainda os países do norte da Europa, com uma quota de 7% nas compras por não residentes e um investimento médio de 1,5 milhões de euros.

No total do mercado nacional de Turismo Residencial (costa atlântica, Algarve central, barlavento e sotavento), "o 'ticket' médio de investimento dos compradores do Reino Unido reduziu-se no período pós-Brexit", passando de 1,4 milhões de euros no primeiro semestre de 2016 para 1,1 milhões de euros no segundo.

Esta descida é explicada pela Confidencial Imobiliário com o direcionamento da procura britânica para casas de menor dimensão e não tanto para uma gama de produto inferior, já que, apesar da descida do 'ticket' médio, o preço médio unitário de compra nos dois semestres manteve-se em torno dos 3.800 euros por metro quadrado.

Segundo o diretor da Confidencial Imobiliário, Ricardo Guimarães, citado na informação, "estes dados mostram que o investimento do Reino Unido não só não sofreu com o Brexit, como até aumentou a sua quota entre os compradores internacionais, no segundo semestre do ano".

A consequência mais evidente do Brexit relaciona-se com a desvalorização da libra, refletindo-se na contração do valor médio de investimento pelos britânicos, que desceu entre o primeiro e o segundo semestres, embora nos 'resorts' entre Loulé e Albufeira o valor médio se tenha mantido, acrescenta.

O SIR-Turismo Residencial é um sistema estatístico que abrange a atividade de compra e venda de imóveis de turismo residencial, desenvolvido pela Confidencial Imobiliário em parceria com a Associação Portuguesa de Resorts (APR), com o apoio do Turismo de Portugal.

A oferta inclui ativos em primeira venda ou em revenda, enquadrados em aldeamentos turísticos, apartamentos turísticos, conjuntos turísticos/resorts, hotéis-apartamentos e outros fogos que sejam adquiridos por turistas para seu usufruto sazonal ou rentabilização.