Turismo

Cabo Verde autoriza TACV a contrair empréstimo bancário de 1,7 milhões de euros

O Governo cabo-verdiano autorizou a companhia aérea pública TACV a contrair um empréstimo bancário de 1,7 milhões de euros junto do Banco Privado Internacional (BPI), a menos de uma semana de a transportadora encerrar as operações domésticas.

O aval governamental foi publicado hoje no Boletim Oficial (BO) onde se lê que "é autorizada a Direção Geral do Tesouro a conceder um aval a favor dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) para garantir um financiamento bancário junto do Banco Privado Internacional (BPI), no valor de dois milhões de dólares (1,7 milhões de euros)".

A justificação dada é apenas que a companhia "depara-se com a necessidade de recorrer a um empréstimo bancário", tendo contactado o BPI no início do ano.

O aval do Estado para o empréstimo acontece a menos de uma semana (01 de agosto) de a TACV fechar as operações domésticas, continuando a operar a nível regional.

A partir de 01 de agosto as ligações inter-ilhas passarão a ser asseguradas pela Binter Cabo Verde, em cujo capital o Estado cabo-verdiano entrará com 49%.

As ligações entre as ilhas cabo-verdianas, que até à entrada da Binter em Cabo Verde, em 2016, eram asseguradas apenas pela TACV, passam a partir da próxima semana a ser asseguradas novamente sem concorrência, agora pela Binter, detida maioritariamente pela Binter Canárias.

O fim dos voos internos é um dos pontos da reestruturação da companhia aérea pública cabo-verdiana, que tem atualmente uma dívida acumulada de 100 milhões de euros.

Depois de encerrar as viagens domésticas, a TACV vai continuar durante algum tempo com as ligações regionais, mas o Governo está em negociações com alguns interessados e parceiros para a privatização da parte internacional da empresa.

O Ministério Público (MP) está e investigar a gestão da empresa pública de aviação.

A investigação acontece depois de o atual Governo ter enviado uma participação ao MP, por considerar existirem indícios de "gestão danosa" da empresa durante os 15 anos de governação do anterior Executivo do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).

O Movimento para a Democracia (MpD, no poder) propôs a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para "apurar os atos de gestão da TACV" desde 1975, cujos membros tomam posse hoje e é presidida pelo deputado Emanuel Barbosa (MpD).