Turismo

Turismo do Centro apela a reforço de reservas por parte de portugueses

O presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro, Pedro Machado, apelou hoje ao reforço de reservas por turistas portugueses na região afetada pelos fogos da última semana, revelando que caíram, ao contrário das efetuadas por estrangeiros.

"Curiosamente, as principais tendências para cancelamento de reservas foram dos portugueses. Foram dos nacionais, ao contrário das reservas dos estrangeiros, que tendo sido auscultados caso a caso, não só mantiveram as suas reservas, como nalguns casos até reforçaram o número de reservas", disse Pedro Machado à agência Lusa, a propósito dos incêndios que começaram na região Centro no dia 17 e que provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos.

"O que achamos é que os portugueses têm aqui uma oportunidade. Por cada intenção de reserva que queriam cancelar, façam duas, façam três, façam quatro, convidem os amigos, desafiem os amigos também a vir", apelou, em declarações à margem da reunião extraordinária do Conselho Geral de Parceiros das Aldeias do Xisto, que hoje decorreu em Figueiró dos Vinhos, distrito de Leiria, um concelho também afetado pelos incêndios.

O responsável da entidade regional de turismo garantiu que equipamentos turísticos dos territórios mais afetados pelos incêndios "estão em plenas condições de funcionamento", embora os municípios em causa "tenham, naturalmente, um prejuízo que todos puderam ver na televisão, uma paisagem que infelizmente foi atingida no seu coração" pelas chamas.

"Mas todos queremos contribuir para que essa imagem passe rapidamente", frisou Pedro Machado.

Confiança nas Aldeias de Xisto

Pedro Machado destacou hoje o "clima de confiança" dos empresários turísticos e parceiros da rede de Aldeias de Xisto no futuro dos territórios da região Centro afetados pelos incêndios.

"Sai daqui um clima de grande confiança e uma mensagem de esperança entre todas as entidades e empresas ligadas ao projeto da ADXISTUR [Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias de Xisto] sobre a forma como podemos gerar sinergias para fazer face à tragédia que aconteceu nesta região", disse à agência Lusa Pedro Machado, a propósito dos incêndios que atingiram aquela zona e que provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos.

Em declarações á margem da reunião extraordinária do Conselho Geral de Parceiros das Aldeias do Xisto, que hoje decorreu em Figueiró dos Vinhos, distrito de Leiria, Pedro Machado disse que entre as conclusões está a afirmação de que "não se olhe para este território com miserabilismo".

"Este território foi infelizmente atingido por uma catástrofe, esta catástrofe tem várias condicionantes, vários elementos sobre os quais ainda estão por apurar responsabilidades. Mas que não se olhe para isto como um território de catástrofe e muito menos etiquetado como a estrada disto ou daquilo", frisou Pedro Machado, numa alusão ao troço da Estrada Nacional 236-1 (Figueiró dos Vinhos - Castanheira de Pera), onde morreram 47 pessoas e que foi apelidada de "estrada da morte".

"É uma estrada da memória e vamos procurar todos contribuir para ultrapassar essa imagem negra que ela criou e passarmos a ter, isso sim, um território de oportunidades e a estrada 236 ser, também ela, uma estrada de oportunidades para o futuro", enfatizou.

Na reunião que juntou, para além dos empresários e parceiros da ADXISTUR (entidade que representa 27 aldeias em 16 concelhos do interior centro do país, cerca de uma dezena localizadas em municípios atingidos pelas chamas), o Turismo de Portugal, Turismo Centro de Portugal e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), foi decidido um conjunto de ações "concretas", com um calendário "de curto, médio e longo prazo", disse Pedro Machado.

As iniciativas incluem a promoção de visitas ao território das Aldeias do Xisto de alguns operadores turísticos "e não isolar esta região daquilo que é o conjunto da oferta do Centro de Portugal" e medidas para "campanhas imediatas nacionais, sobretudo para o mercado interno alargado ao mercado ibérico e depois, no médio prazo, as políticas ligadas à promoção internacional", indicou Pedro Machado.

A rede de Aldeias do Xisto quer também ser parceiro na agenda de ordenamento florestal preconizada pelo Governo, nomeadamente sobre zonas de proteção às povoações e "ter opinião sobre a acessibilidade e a mobilidade, ou seja, aquilo que constrói o conjunto do território turístico", sublinhou o responsável do Turismo Centro de Portugal.