Turismo

Actividade na hotelaria abranda em Março em Portugal mas Madeira regista aumento de dormidas

O crescimento da atividade turística em Portugal abrandou em março, com o número de hóspedes a aumentar 0,9% para 1,4 milhões, mas as dormidas a recuar 0,2% para 3,7 milhões, em termos homólogos, divulgou hoje o INE.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) justifica as evoluções com o "impacto significativo" do "efeito de Páscoa", que este ano foi em abril ao contrário do período homólogo, e lembra que em fevereiro as variações tinham sido de 8,6% e de 8,2%, respetivamente, em termos homólogos.

No primeiro trimestre de 2017, verificaram-se subidas de 6,7% e 5,6%, respetivamente.

As dormidas de residentes caíram 9,9%, enquanto em fevereiro subiram 5,7% em fevereiro, "interrompendo a tendência crescente", enquanto as de não residentes desaceleraram para 3,7%, face aos 9,3% atingidos em fevereiro, explica o INE.

O aumento dos proveitos totais abrandaram para 9,9% (14,5% no mês precedente), tendo atingido 188,9 milhões de euros, assim como os proveitos de aposento subiram 8,6% para 130,1 milhões de euros (16% em fevereiro).

Segundo o INE, estes resultados foram influenciados pelo efeito de calendário associado ao período da Páscoa que ocorreu, em 2016, em março e, em 2017, em abril, ou seja, este ano aconteceu no segundo e não no primeiro trimestre, como em 2016.

A estada média recuou 1,1% para 2,67 noites, com decréscimo mais notório no Alentejo e na Madeira, e a taxa de ocupação-cama (39,8%) recuou 1,6 pontos percentuais.

As dormidas em hotéis representaram 70,9% do total e aumentaram 2,1%, ao contrário do que aconteceu nas restantes tipologias que registaram quedas, em particular nos apartamentos turísticos (-14,2%).

O mercado interno contribuiu com 961,2 mil dormidas, correspondentes a uma queda de 9,9% (mais 5,7% em fevereiro), interrompendo a tendência de crescimento que existia deste setembro de 2016.

Também os mercados externos desaceleraram (3,7% em março face a 9,3% em fevereiro), atingindo 2,7 milhões de dormidas.

Em termos trimestrais, as dormidas do mercado interno recuaram 2%, enquanto as dos mercados externos aumentaram 9%, resultados que também foram influenciados pelo efeito de calendário associado à Páscoa.

O INE destaca a evolução positiva nos principais mercados, à exceção de Espanha, e refere que os 13 principais mercados emissores representaram 81,5% do total das dormidas de não residentes, apresentando resultados maioritariamente positivos.

As dormidas de hóspedes residentes no Reino Unido subiram em março 5,7%, o mesmo crescimento do primeiro trimestre, e o mercado alemão cresceu 4,9%, apresentando um crescimento de 5,6% nos primeiros três meses do ano.

O mercado espanhol, "tradicionalmente sensível ao 'efeito Páscoa'", caiu 43,7%. No total do trimestre, apresentou um decréscimo de 21,5%.

Já as dormidas de residentes em França "apresentaram um crescimento expressivo", acelerando face aos meses anteriores (23,2% em março, depois de aumentar 15,8% em fevereiro e 13,8% em janeiro), sendo que nos primeiros três meses do ano cresceram 18,3%.

Entre os principais países, os maiores aumentos em março ocorreram nos mercados brasileiro (87,3%), polaco (43,9%) e americano (30,4%).

Estes três mercados foram também os que apresentaram maiores aumentos no primeiro trimestre do ano (60,9%, 34,8% e 28,7%, respetivamente).

Destaca-se ainda o aumento de dormidas na Área Metropolitana de Lisboa (6,3%) e nas Regiões Autónomas dos Açores (10,8%) e da Madeira (3,1%).

As dormidas distribuíram-se principalmente por Área Metropolitana de Lisboa (29,2%), Algarve (27,3%) e Madeira (16,0%).

No conjunto dos três primeiros meses do ano, todas as regiões, com exceção do Alentejo, apresentaram crescimentos, com destaque para a Área Metropolitana de Lisboa (12,8%) e Açores (10,5%).

Os mercados externos apresentaram aumentos na maioria das regiões em março, com destaque para os Açores e Área Metropolitana de Lisboa.

No primeiro trimestre, todas as regiões apresentaram aumento de procura por parte dos mercados externos.