Turismo

"O ADN da easyJet é operar aeroportos principais"

O diretor da easyJet em Portugal, José Lopes, afirmou hoje que "o ADN" da companhia aérea de baixo custo "é operar aeroportos principais", quando questionado sobre se equaciona ter atividade no Montijo.

"O ADN da easyjet é operar aeroportos principais", disse José Lopes, depois de ter sido questionado várias vezes sobre uma eventual transferência - ou complementaridade - de operação para o aeroporto complementar do Montijo, que irá contribuir para aumentar a capacidade do Aeroporto Humberto Delgado e vai estar vocacionado principalmente para as 'low cost' (baixo custo) e para serviços de médio custo.

A TAP já descartou sair do aeroporto Humberto Delgado, hoje a easyjet faz esta afirmação, sem mais pormenores, enquanto outras companhias adiam uma decisão, mas afirmam a necessidade de ficar acautelado o crescimento de movimentos na capital portuguesa.

Por sua vez, a easyjet voltou hoje a dizer que o Montijo "é uma oportunidade para que o tráfego em Lisboa continue a crescer".

"Cada vez há menos 'slots' [vaga ou direito de pousar ou descolar em aeroportos congestionados] disponíveis na Portela [Lisboa]. A Portela sofre de restrições do espaço aéreo muito fortes e esta possibilidade do projeto 'Portela + 1' permite que tráfego como um todo continue a crescer, não só pelo tráfego extra que poderá vir a ser criado no Montijo, mas também pelo crescimento que a Portela vai poder ter devido à reorganização do espaço aéreo", disse.

José Lopes reforçou ver "com bons olhos" a solução encontrada, mas afirmou que só dentro de três anos, em 2020, deverá haver uma melhoria significativa na capacidade da Portela.

"Vamos ter até 2020 uns anos difíceis em termos de crescimento. Portugal está neste momento a crescer, devido à conjuntura internacional, e precisávamos de mais capacidade", afirmou.

Questionado sobre se a easyjet estará disponível para pagar taxas mais altas para se manter na Portela, José Lopes disse que "ninguém sabe no mercado qual vai ser o custo da operação no Montijo" e que não foi ainda apresentado um plano comercial sobre como vai ser essa operação.

"O modelo regulatório, que existe e que permite à Vinci aumentar taxas sempre que o tráfego cresce, existe porque não é um modelo regulatório 'cost-related' (não há relação custo -- benefício). O que prevemos em relação ao Montijo é que se mantenha este paradigma no modelo regulatório e que não se vá reverter isso e, a partir de agora, se diga que vamos ter um modelo 'cost-related' e os operadores vão pagar tudo isto", afirmou.